quarta-feira, 23 de março de 2011

FUPo vai ao Ministério Público contra alto valor de iluminação pública em Campos

Jornal Folha da Manhã edição de 23/03

Formada pelo PCB, PSTU, PSOL e por alunos da IFF e UFF, a Frente de Unidade Popular (FUPo) esteve, nesta terça-feira, no Ministério Público protocolando uma representação contra o alto valor gasto com a iluminação pública no município de Campos. O grupo de oposição realizou um estudo comparativo e constatou que o valor da despesa de manutenção, por mês, de um poste de luz em Campos é 42 vezes superior aos os valores praticados na cidade do Rio de Janeiro.
Além disso, o grupo está definindo atividades junto a população pa-ra a comemoração do Dia da Saúde, no dia 7 de abril. A FUPo também não descartou um encontro com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que estará em Campos no próximo sábado.Para a sindicalista Graciete Santana, presidente local do PCB, o valor, segundo ela, exorbitante gasto com a manutenção de um único poste é uma questão que precisa ser investigada pelo Ministério Público porque é de interesse popular.— Os valores apontados no documento que entregamos agora no Ministério Público são exorbitantes e lesam o cidadão.
A prefeitura do Rio de Janeiro gasta em média R$10 por mês, na manutenção dos postes públicos, já em Campos cada poste custa R$432,95 por mês aos cofres públicos, mas quem paga essa conta somos nós.Colhemos informações no próprio site da prefeitura e nos jornais da capital. O documento será encaminhado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a Defensoria Pública para que estes órgãos possam constatar esta situação em nosso município — disse Graciete, que espera que esta distorção nos valores cobrados pela prefeitura de Campos para a manutenção dos postos, e inclusive, nas contas cobradas a população sejam revistas. “Dinheiro público é dinheiro do povo”, declarou.

Motivação política
— A comunista Graciete Santana declarou ainda que todas as ações praticadas pela Frente Popular são voltadas aos direitos da população de Campos e que não há motivação eleitoral. “Este é o nosso perfil e campo de atuação. Em relação a essa representação, sei que agora teremos um longo caminho pela frente, mas o “pontapé” inicial já foi dado com essa vinda ao Ministério Público”, destaca Graciete Santana.Grupo diz que vai atuar em outras

Tudo indica que os membros da Frente Popular pretendem debater outras questões.

“Ainda existem muitas questões que devem ser debatidas. Estamos organizando um seminário, ainda sem local definido, e um ato público em abril na ocasião do Dia da Saúde. Vamos ocupar as ruas que é o nosso espaço. Já de antemão, quero dizer que todos os profissionais de Saúde, estudantes e os aprovados do PSF já estão convidados para estas atividades que vão abordar como está a real situação da Saúde pública no município”, explicou Graciete.

Carnaval
— Na semana que antecedeu o Carnaval, os membros da Frente de Unidade Popular foram para o Centro da cidade protestar contra o Carnaval em Campos fora de época. Com máscaras, apitos, criticaram a decisão do governo municipal de tirar a folia do Momo do calendário nacional e deixar para abril.
Iluminação pública: alvo de CPI e da “Alta tensão”Já vem de algum tempo polêmicas envolvendo a questão da iluminação pública de Cam-pos. Em 2009, a empresa que presta serviços à prefeitura, res-ponsável pelo serviço, a Campos Luz foi alvo de investigações policiais e de uma CPI na Câmara Municipal. A intenção era investigar a Campos Luz durante a gestão do então prefeito Alexandre Mocaiber. Os números eram altos: orçamento de R$ 6 milhões, suplementação e emendas de vereadores na ordem de R$ 40 mulhões.O ex-presidente da CamposLuz, Sivaldo Abílio, chegou a ser detido, após a operação “Al-ta Tensão”. Já na CPI da CamposLuz, que foi presidida pelo vereador Papinha (PR), uma das principais indagações era em relação aos R$ 10 milhões que teriam sido desviados nos últimos dias de 2008. A CPI durou pouco mais de 3 meses e o resultado foi entregue ao Ministério Público.

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